Terça-feira, 23 de Março de 2004
Estes eram cidadãos que, em 11 de Março, apanharam um combóio para trabalharem, estudarem, namorarem ou simplesmente respirarem Madrid. E desapareceram do reino dos vivos. Porque um bando de assassinos os despedaçou à bomba. Não sei os seus nomes. Os seus rostos nada me dizem. Mas são pessoas que choro. Porque mereciam viver mas não vivem porque um bando fez da Morte a sua Ideologia. Eu podia estar lá, ou os meus filhos ou um de vós. Ou todos nós.
De João a 24 de Março de 2004 às 22:48
Vamos chorar muitos mais, sobre isso não tenho ilusões. Quem sabe se eu vou o chorar a si ou vc me vai chorar a mim? Perceber causas em patologias é complicado. Pelo menos para mim que não sou do mister do estudo das mentes perturbadas. Mas sobre algumas coisas tenho certezas: o terrorismo não tem causa polÃtica, não tem causa social, não tem causa religiosa, não tem causa nacional. E não se explica por muito que apliquemos à matéria o materialismo dialéctico, o materialismo histórico e todas as ferramentas cientifistas ou deterministas da escola causa-efeito. O terrorismo é uma expressão patológica de ressentimentos traduzida na sublimação pela Morte. Para um terrorista, um pretexto serve de motivo para assassinar. Por isso, o terrorista é apenas um assassino. Pelo que me resta estar com as vÃtimas e contra os pistoleiros e bombistas. Todos! Abraço.
De Antonio Dias a 24 de Março de 2004 às 17:39
Pois é, caro João. E quantas mais teremos que chorar? Em nome de quê? E de quem? Vamos às causas ou ficamo-nos pelas consequências?
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